quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Balanço da época 2011/12

O REINÍCIO 

Terminou aquela que queremos considerar como sendo a do reinício do Ténis de Mesa nos “Caixeiros”. No aspecto geral ela decorreu de forma positiva tendo em conta as limitações que sentimos nos seus diversos aspectos. Quando nos propuseram para “arrancar” com a modalidade no clube ainda ponderámos, pois entendíamos não estarem reunidas as condições desejáveis, no entanto, e após várias insistências, acabámos por anuir. Todavia,  não podemos deixar de fazer alguns reparos.

OS APOIOS

O ténis de mesa é uma das modalidades considerada “pobre” e a sua visibilidade a nível geral é quase nula. Não movimenta multidões nem gera milhões. Talvez, e também por isso os apoios que tivemos ao longo da época tenham sido nenhuns, não falamos apenas dos monetários mas também os de outra natureza.
Dos contactos que então efectuámos junto de diversas empresas, a resposta (daquelas que nos responderam) era quase sempre a mesma: falta de verbas ou então que já tinham o orçamento preenchido.
Não teria sido possível comparecer a algumas provas se não fosse a boa vontade e disponibilidade que alguns dos pais sempre manifestaram para o transporte.
Uma das realidades que nos deixou apreensivos foi a não comparência em nenhuma competição de qualquer dirigente do clube. Entendemos que cada um possa acarinhar mais esta ou aquela modalidade, agora o que já não aceitamos é o despreendimento total.

AS ENTIDADES OFICIAIS

Antes do início da época entrámos em contacto com a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa com o intuito de agendarmos uma reunião onde pudéssemos colocar as questões que achávamos relevantes tais como: processo de filiação, em que Associação nos podíamos inscrever, que tipos de apoio nos podiam conceder e outros aspectos que também entendíamos serem importantes. Mas por razões de diversa ordem, a que fomos alheios, essa reunião nunca se chegou a concretizar nem nunca obtivemos resposta aos e-mails e ofícios que então enviámos. As conversas verbais que conseguimos ter, com um alto dirigente daquela instituição, foram circunstanciais e apenas por duas vezes. Numa delas foi-nos prometida uma mesa de competição (já usada) e que apenas tínhamos de arranjar transporte. Quando mais tarde falámos via telemóvel, com aquele dirigente, a informar de que já tínhamos meio para transportar a mesa, ficou ele em nos informar mais tarde onde nos podíamos dirigir. Apesar dos diversos contactos feitos posteriormente, da mesa nada se soube.
Muito mal vai a modalidade quando a entidade máxima que gere os seus destinos assim procede. Fazemos votos para que os novos elementos entretanto eleitos tenham uma outra postura.
Já no que diz respeito à Associação de Ténis de Mesa de Lisboa, onde entretanto nos inscrevemos, nada temos a apontar, foram sinceros desde a primeira hora; a nível monetário e de materiais não nos podiam ajudar em nada mas disponibilizaram-se em termos humanos caso pretendêssemos fazer alguma divulgação.

A DIVULGAÇÃO

Como sabemos que a modalidade é muito específica e está provado que permite desenvolver diversos recursos e competências quer no aspecto motor, onde a sua prática melhora a destreza, a coordenação, a velocidade e a precisão dos gestos para além de incrementar todas as capacidades cognitivas, fomos junto de algumas escolas onde falámos com os professores que davam a disciplina de educação física procurando sensibilizá-los para que divulgassem a modalidade junto dos alunos, entregámos-lhes cartazes e distribuímos outros em locais que achámos conveniente. Esta divulgação junto das escolas não surtiu qualquer efeito prático pois conforme os miúdos iam aparecendo fomo-nos apercebendo que nenhum tinha tido conhecimento através daqueles estabelecimentos de ensino.
Um outro meio que na fase inicial também usámos foi através da comunicação social, num jornal de referência na cidade, mas a partir de determinada altura, sem sabermos quais os motivos, deixaram de publicar fosse que notícia fosse relacionada com o ténis de mesa. Assim, e com o intuito de conseguirmos divulgar ao máximo a modalidade, começámos a utilizar com mais assiduidade os novos meios tecnológicos.

OS ESPAÇOS

O espaço físico é condição essencial para que o normal desenvolvimento dos atletas se processe sem qualquer tipo de constrangimento. A concentração é outro dos factores importantes, por isso, o ambiente envolvente deve ser propício para que a atenção dos miúdos não seja desviada. Nalgumas pessoas continua a existir a mentalidade de que a modalidade é de somenos importância e que qualquer sítio serve.
Nos espaços onde actualmente se desenvolve a actividade, nenhum possui condições já não dizemos ideais, mas razoáveis. O salão na sede do clube tem boas condições em certos aspectos como seja: ausência de ruídos que possam perturbar a concentração; o piso; e a iluminação. Mas já tem contra, o facto, da área de jogo ser limitada, apenas se podem colocar duas mesas sendo que, uma fica com um espaço muito reduzido. Em contrapartida, o local disponibilizado pela Scalabisport, na zona lateral anexa ao pavilhão da ex EPC, tem espaço, mas não reúne nenhuma das outras condições que consideramos fundamentais.
Neste aspecto continuaremos a esforçar-nos por conseguir arranjar um local onde possam ser colocadas meia dúzia de mesas e a modalidade possa ser ministrada em condições condignas. Seja a nível da autarquia, do clube, de empresa ou particular, tudo faremos para conseguir aquilo porque sempre aspirámos: um espaço próprio.

OS MATERIAIS

Antes de iniciarmos a actividade tivemos de adquirir raquetas para aprendizagem, iniciação e competição; bolas para treino e para competição; restaurar um marcador e adquirir outro e recuperar o “robot” que se encontrava danificado.
Das mesas existentes no clube, têm sido utilizadas as que se encontram em melhor estado, no entanto, nenhuma delas reúne os requisitos exigidos. Para além das “mazelas” que foram sofrendo ao longo dos anos, também estão impregnadas de gordura e os suportes e redes, apesar das intervenções a que têm sido sujeitos, também não possuem as exigências regulamentares.

RESPEITO E DISCIPLINA

Após algumas semanas de começarem os treinos, e quando todos já nos conhecíamos um pouco melhor, começámos a ficar surpreendidos com o tipo de linguagem que alguns miúdos utilizavam. A maneira como se tratavam e ripostavam uns aos outros era algo de novo que pensávamos não ser possível. Com o passar do tempo fomos tentando compreender o que os levava a reagir assim. Compreendemos que aquelas idades são as da irreverência mas não podíamos continuar a permitir aquele tipo de palavreado, de comportamentos e a falta de respeito entre todos. Fomos implementando algumas medidas que só resultaram em parte, por isso vimo-nos forçados a criar uma lista com as regras de conduta obrigatórias a praticar durante os treinos.
O respeito e a disciplina é algo de que nunca iremos prescindir.

A COMPETIÇÃO

Como complemento ao treino e com a finalidade de lhes ir incutindo uma atitude competitiva, não existindo por perto outras equipas com quem pudessem medir forças, resolvemos inscrever-nos na Associação de Ténis de Mesa de Lisboa com o intuito de proporcionarmos aos jovens atletas a oportunidade de porem em prática aquilo que iam assimilando. 

Peripécia na primeira prova em que participámos

Durante a viagem a conversa que fomos mantendo alertava-os de que iam encontrar outros com mais tarimba, mas que isso não os devia desmotivar, antes pelo contrário, deviam encarar aquela e as outras provas como um incentivo. Como chegámos ao pavilhão com alguma antecedência, a maior parte das mesas encontravam-se livres, eles ocuparam duas e começaram a fazer o aquecimento. Passado algum tempo principiaram a chegar os restantes atletas e as mesas foram ficando preenchidas. Numa delas começaram a aquecer atletas já com um ritmo competitivo evoluído. Os nossos, ao verem a velocidade com que trocavam as bolas, pararam e ficaram embasbacados a olhar. Tivemos de os chamar à razão. 

Sendo esta a primeira época de competição os resultados não eram para nós o mais importante mas sim que pudessem ter outro tipo de vivências e realidades e, ao mesmo tempo, irem ganhando traquejo. Entre competições oficiais, torneios populares, jogos de treino e o torneio de fim de época, participámos em 14 provas. Os miúdos realizaram 243 partidas, ganharam 89 e perderam 154. 
O ténis de mesa é uma modalidade complexa, exigente em termos físicos, técnicos e psicológicos. Entendemos que a competição é imprescindível para a evolução de qualquer um. A atitude positiva, ou negativa, perante as adversidades é nestas idades que começa a desenvolver-se. 
Um dos aspectos que fomos sempre procurando incutir-lhes foi que devem sempre acreditar neles próprios, nas suas capacidades, de que são capazes, que devemos ser humildes quer nas vitórias quer nas derrotas e que derrotado não é o que perde mas sim o que desiste. 
Nas últimas provas, nalguns, já era notória a diferença de atitude. 

ÉPOCA 2012/13

Para a próxima época já delineámos os objectivos que queremos, no entanto, eles estão condicionados às decisões que forem tomadas nas reuniões que teremos de ter primeiro com os responsáveis pelo clube e posteriormente com os pais dos alunos.

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