João Duarte treina diariamente uma dezena de jovens nas instalações de “Os Caixeiros”
Ténis de mesa voltou às mesas de Santarém
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Aos 63 anos João Duarte é ainda um entusiasta da modalidade e quando o presidente de “Os Caixeiros”, Fernando Graça, o convidou para relançar o ténis de mesa no clube não hesitou. “Tenho alguma disponibilidade e sou um homem da casa, por isso não podia ter dito que não. Aceitei e aí estamos a tentar formar estes jovens que aderiram à modalidade”, confessa satisfeito.
“Joguei ténis de mesa durante muitos anos. É a minha modalidade preferida, embora tenha jogado noutras equipas de Santarém, “Os Caixeiros” foram e são efectivamente quase a minha segunda casa. Foi aqui que atingi o ponto mais alto da minha carreira”, garante João Duarte, que para além dos jovens que entraram no projecto, convidou antigos colegas de equipa e adversários para formar uma equipa de veteranos. “Aí não tive sorte por um motivo ou outro, nenhum apareceu”.
A vontade de trazer de volta o ténis de mesa a Santarém já vem de alguns anos João Duarte foi convidado pela direcção da Académica de Santarém, mas nessa altura não tinha disponibilidade para avançar como aconteceu agora. “Lançámos uma campanha junto das escolas e tivemos uma boa aderência. Começámos com 12 jovens a treinar na Nave Desportiva Municipal, mas as condições eram muito más. Nem o chão nem as paredes, com pilares e espigões, eram seguros para as crianças. Mudámos depois para as antigas instalações da Escola Prática de Cavalaria. Aí as condições físicas eram melhores, mas chocavam com o facto de estarmos logo ao lado do pavilhão e a barulheira infernal que se fazia sentir não era propícia à concentração dos jovens. Viemos então para aqui para a sede de “Os Caixeiros”, onde não tendo as condições ideais mas vamos conseguindo desenvolver um trabalho razoável”.
“A ideia era começar com uma equipa de veteranos e outra de formação. Os mais velhos não apareceram mas os mais novos estão com muita vontade e começaram logo a apresentar resultados na primeira época em que competiram. João Duarte diz que se sentiu frustrado pelos seus antigos companheiros não se terem disponibilizado para ajudar a trabalhar com os jovens. “Era bom para os jovens mas também era bom para eles”, diz.
A maior dificuldade que encontrou foi o facto de terem que ir jogar para a região de Lisboa. “Não existe associação em Santarém e por isso temos que jogar na Associação de Lisboa, onde encontramos algumas equipas já com um ténis de mesa com algum nível. Não é mau para os nossos jovens que começam a competir com outros mais evoluídos e assim acabam por atingir níveis mais elevados mais rapidamente”, referiu João Duarte.
Outro dos problemas é a questão financeira. “Não é uma modalidade cara, mas é preciso algum dinheiro para as deslocações e aí o clube ainda não gastou um tostão com os jovens. O patrocínio é totalmente dos pais e eu, somos nós que fazemos todas as deslocações para os jogos e para os treinos”, disse o treinador.
Mesmo com todas as dificuldades o trabalho vai-se fazendo e o clube tem já um jovem vice campeão regional que foi também chamado à Selecção Distrital de Lisboa. “Sabíamos bem do talento do Afonso Vagarinho, mas confesso que não esperava que atingisse um nível tão alto como aconteceu”, garante João Duarte que continua a não conseguir ver um grande crescimento da modalidade no distrito de Santarém, onde há apenas três equipas a praticar: o Sporting de Tomar, o Montamora (Fátima) e os Empregados no Comércio.
Dos jovens que treinam e jogam em “Os Caixeiros” João Duarte acredita que podem ir longe. “Só depende deles. Têm talento e se quiserem trabalhar vão conseguir atingir objectivos mas para poderem ir até ao topo terão sempre que sair daqui, ou até mesmo do país. Os jogadores portugueses até são dos melhores da Europa, mas desses nenhum joga em Portugal, estão todos no estrangeiro”, disse.
Para João Duarte este interesse de
O MIRANTE pela modalidade pode ser importante para o seu crescimento. “Os jornais locais e regionais não podem continuar a falar só do futebol. O MIRANTE tem vindo a falar mais noutras modalidades e pelo que vejo tem sido uma maneira de trazer mais jovens à sua descoberta e assim ao seu crescimento”.
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